Essa semana, durante minha caminhada diária com minha tia Elis, me deparei com uma cena que me fez refletir e resgatar lembranças que estavam no fundo da memória.
Minha tia e eu temos o costume de caminhar longamente pela cidade onde moramos. Em determinado ponto da caminhada, o assunto costuma acabar, e seguimos em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos até chegar em casa. Em um desses momentos, ao passarmos em frente a uma capela na marginal da cidade, avistei uma amiga, Maria, ministrando algo. Naquele instante, me veio à mente toda a dedicação e comprometimento que ela sempre demonstrou com a igreja.
Maria Amélia, desde que a conheço, sempre foi muito envolvida com a Igreja Católica. Uma praticante de fé verdadeira e seriedade. Ao vê-la ali, percebi que a minha disciplina nas práticas ritualísticas — assim como nas minhas próprias ações — estava deixando a desejar.
Durante esse período de despertar espiritual, até firmarmos nosso eixo e seguirmos em frente na jornada, enfrentamos muitos obstáculos. E, muitas vezes, esquecemos que também temos recursos internos que nos ajudam a não nos tornarmos frágeis ou derrotados diante das dificuldades. Precisamos estar atentos às "peças" que nos são colocadas pelo caminho.
Naquele momento, uma frase me veio à mente: "Orai e vigiai."
Quando começamos a trilhar o caminho espiritual, sentimos uma vontade natural de nos desvincular de velhos hábitos que já não fazem mais sentido. Passamos a refletir sobre nossas atitudes, a escolher melhor as palavras, a nos comunicar com mais consciência, e até mesmo a nos reeducar na maneira de comer. Compreendemos, por exemplo, que a gula e o desespero para se alimentar podem trazer riscos à saúde — isso apenas como um dos muitos exemplos.
Ao iniciar esse processo de evolução espiritual, acendemos uma luz mais intensa, diferente da maioria. E, com isso, passamos a atrair também a atenção de outras energias — algumas nocivas — que se aproveitam desse momento de construção e possível vulnerabilidade para nos induzir a estados vibracionais mais densos.
Quando caímos nessa faixa energética negativa, começamos a tender à melancolia, aos pensamentos confusos, à impulsividade descontrolada. Perdemos o foco. E aquilo que vínhamos tentando superar começa a ruir. Por isso, é essencial estarmos atentos. Ao percebermos essa queda, precisamos buscar ajuda, apoio, para que possamos nos reerguer e sair dessa vibração.
Lembrar desse ensinamento tão básico, mas tão perspicaz, me fez perceber que já temos em mãos aquilo de que precisamos para sair da zona de conforto ou do caos em que, por vezes, nos vemos mergulhados.
"Orai e vigiai" — em nossas ações, nossos pensamentos, nossas atitudes conosco e com o próximo. Nas situações ao nosso redor. Tudo isso pode ser traduzido em uma palavra: atenção. Use seus conhecimentos. Coloque ordem.
A oração é um mantra poderoso, uma ferramenta sagrada para as ocasiões em que precisamos de auxílio externo — das energias primordiais e divinas. Quando utilizada com respeito e frequência, ela nos coloca em sintonia com essas egrégoras superiores. E assim, ficamos mais fortes e confiantes para continuar nossa jornada.
Quando os obstáculos surgem, eles podem vir como resultado das nossas escolhas ou como interferência direta de energias nocivas. Nesses momentos, o que não podemos fazer é nos entregar. Porque, no fim das contas, somente nós mesmos somos responsáveis por decidir o que seremos ou faremos.
A onda pode vir e bater uma, duas, até três vezes. Mas, como diz o ditado:
"Mar calmo nunca fez bom marinheiro."
As forças divinas e primordiais estão sempre em fluxo em nossa vida. E, se precisarmos da ajuda delas, basta saber pedir — com sabedoria, com respeito. Abra sua mente e você receberá o que precisa.
Recomece no próximo segundo.
Orai e vigiai. Nunca é tarde.
Uma conversa para refletirmos.
Deixe um comentário
Rafael Gulerps Login:
Informe seu e-mail abaixo para continuar!
X